Veja e Sol de Janeiro
Veja, nascida na França, e Sol de Janeiro, criada nos Estados Unidos, têm em comum algo que parece paradoxal: ambas são marcas gringas que “parecem brasileiras demais para não serem”.
Duas marcas estrangeiras mostram que entender profundamente a cultura local não é apenas uma vantagem — é uma estratégia.
A Veja conquistou relevância global ao transformar a Amazônia e a cultura brasileira em parte de sua proposta de valor. Mais do que vender tênis, a marca promove um estilo de vida sustentável, com storytelling forte sobre a origem dos materiais, o uso de borracha nativa, algodão orgânico e o respeito às comunidades locais. Ela não “usa o Brasil”; ela se integra à narrativa brasileira com respeito e propósito.
Já a Sol de Janeiro faz algo parecido no universo da beleza. Com embalagens vibrantes, nomes em português e perfumes que remetem ao calor do Rio, a marca entrega uma fantasia tropical elevada à potência do cuidado pessoal. Seu branding é tão coerente com o lifestyle carioca que é difícil imaginar que a empresa foi criada fora do Brasil. A Sol não apenas se inspira no Brasil — ela o celebra com humor, sensualidade e orgulho.
A estratégia comum? Apropriação cultural feita com consciência, posicionamento claro e consistência estética e narrativa. Elas não tentam parecer brasileiras — elas se comportam como marcas brasileiras autênticas, mas com padrão global de execução.